Estudo sobre diferenciação entre PMMA e silicone líquido através do exame de imagem

Em dezembro de 2020 a revista Indian Journal of Applied Research publicou um importante artigo de médicos brasileiros sobre o diagnóstico diferencial por imagem de polimetilmetacrilato (PMMA) e silicone líquido.

A publicação se mostra relevante pois a maioria dos médicos e radiologistas ao receberem casos de complicações por tratamentos injetáveis, não conseguem diferenciar PMMA de silicone líquido com o exame de imagem. Além disso, podem recorrer à biópsia para identificação do produto, quando na verdade uma intervenção invasiva como esta não seria necessária.

Desta maneira, é comum que vejamos laudos médicos erroneamente apontando o PMMA como a causa de intercorrências. Além do mais, são nesses laudos incorretos que muitos médicos ou pesquisadores em geral se baseiam para produção estudos científicos sobre complicações de preenchimento.

Infelizmente casos de complicação com preenchimento inadvertidamente atribuídos ao PMMA ganham grande repercussão na mídia. Contudo, uma investigação mais detalhada em cada um desses casos deixa claro que são procedimentos clandestinos, realizados em locais inapropriados por profissionais não médicos – ou médicos inabilitados – utilizando produtos que não são aprovados pela Anvisa, como o silicone liquido e hidrogel.

Um laudo que aponta o diagnóstico com exatidão também é um instrumento jurídico importante para o paciente que foi enganado ou sentiu-se lesado por algum motivo. Não raro, o profissional diz ao paciente que está usando o PMMA, quando na verdade se trata de produtos clandestinos, mais baratos e que aumentam sua margem de lucro.

Sendo assim, o artigo faz apontamentos no intuito de facilitar a identificação dos produtos por ressonância magnética, dispensando a biópsia. Além do mais, dá um passo rumo ao aprimoramento do acompanhamento médico de pacientes que realizaram preenchimento e eventualmente precisem tratar complicações.

A consequência, a médio e longo prazo, deve ser não só a segurança e bem-estar dos pacientes, mas a consolidação de uma imagem pública que dê ao PMMA o merecido reconhecimento de substância segura, biocompatível e legalmente liberada para uso médico.

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